Um número surpreendente de crianças investiu em criptomoedas online como uma forma de “garantir seu futuro” – com quase uma em cada quatro com idade entre 13 e 16 anos investindo nelas ou planejando fazê-lo.
As descobertas são reveladas em um relatório lançado hoje pela Internet Matters, que pede aos pais que falem com seus filhos sobre os riscos de serem alvos de golpistas e pede ao governo que faça mais para lidar com os perigos.
O relatório mostra que 8% das crianças já investiram em criptomoedas, apesar do risco de golpes, enquanto 15% das crianças procuram investir.
A principal razão (49%) dada foi para garantir seu futuro financeiro – preocupante, dado o nível de risco financeiro envolvido na negociação de criptomoedas, especialmente no contexto da crise do custo de vida.
Quatro em cada 10 (40%) daqueles que se inscreveram para cripto ou o fariam, disseram que era "para ganhar muito dinheiro", enquanto 38% o viam como "o futuro do dinheiro".
Quase uma em cada 10 crianças pesquisadas (9%) investiu em tokens não fungíveis (NFTs).
O relatório mostrou que a principal preocupação entre pais e filhos familiarizados com criptoativos, incluindo aqueles que não considerariam investir neles, era o risco de ser vítima de golpes de criptomoeda ou NFT.
Os três principais riscos citados por pais e filhos são vítimas de fraudes ou golpes (46%), crianças sendo exploradas e incentivadas a comprar criptomoedas (35%) e pessoas tentando roubar ou roubar crianças (35%).
O Internet Matters pede hoje que mais ações sejam tomadas por parte do governo para proteger as crianças desses perigos.
A Autoridade de Conduta Financeira tem como alvo mais empresas criptográficas do Reino Unido, com um número crescente de golpes falsos de investimento sendo investigados como os mais vulneráveis da sociedade, incluindo crianças sendo alvo de golpistas.
O relatório destaca que as crianças devem receber a devida consideração pelos formuladores de políticas ao formular regulamentos sobre criptoativos, em vez de tratar suas necessidades como uma preocupação secundária.
No documento de consulta de 82 páginas do governo sobre a regulamentação de criptoativos, as palavras 'crianças', 'jovens', 'pais' ou 'famílias' não aparecem em nenhum lugar.
E, apesar do impacto que os danos financeiros podem ter na vida das crianças, eles estão fora do escopo da Lei de Segurança Online, com exceção da publicidade fraudulenta paga.
A Internet Matters está pedindo novas lições antifraude, prometidas na recente Estratégia de Fraude, para incluir um foco em golpes online e criptoativos.
O envolvimento contínuo de pais e profissionais como professores nesta área é de significativa importância. Isso destaca a relevância e o valor das estratégias de alfabetização midiática lançadas recentemente pelo governo e pela Ofcom.
Na ausência de regulamentação destinada a proteger as crianças dos riscos de NFTs e criptomoedas, o Internet Matters forneceu aos pais conselhos sobre como proteger seus filhos desses perigos.