Uma investigação do Ofsted de 2021 encontrou grandes volumes de assédio sexual nas escolas, juntando-se a outros relatos semelhantes de má conduta sexual nas escolas.
Ajude os jovens a compreender como são os relacionamentos saudáveis e dê-lhes as ferramentas para se manterem seguros online com conselhos do nosso painel de especialistas.
Como as crianças veem conteúdo sexual online?
As crianças podem ser expostas a uma variedade de material sexual, inclusive on-line pornografia ou imagens sexuais produzidas por jovens (também conhecidas como 'sexting'ou CSAM).
Estas questões não são necessariamente novas; alguns de nós podem ter experimentado isso como resultado de um erro de digitação acidental em uma pesquisa na Internet ou de procurar deliberadamente palavras rudes por curiosidade.
O que os pais e responsáveis podem fazer?
Use ferramentas de controle dos pais e filtros para ajudar a reduzir os riscos de exposição do seu filho. No entanto, é importante compreender que estas ferramentas são apenas redes de segurança e não podem substituir a supervisão e técnicas mais práticas.
Construa um diálogo positivo e contínuo
Sexo e relacionamentos são temas frequentemente desconfortáveis para discutir com as crianças. É difícil saber a idade certa para ter essas conversas e pode haver medos reais de “arruinar” a inocência.
No entanto, essas são algumas das conversas mais importantes para se ter. Você pode apoiá-los desde o início bate-papos apropriados à idade sobre pornografia e relacionamentos saudáveis.
A exposição a conteúdo sexual costuma ser confusa e angustiante. Por isso, é importante conversar com as crianças desde cedo para que elas se sintam aptas a buscar apoio e aconselhamento. Evite usar termos vergonhosos ou de culpa porque o medo de punição pode impedir que as crianças tenham acesso à ajuda
O papel das escolas
As escolas devem falar com as crianças sobre conteúdo sexualizado como parte de relacionamentos apropriados à idade e de educação sexual (RSE). O Associação PSHE, Fórum de Educação Sexual e Conselho do Reino Unido para Segurança na Internet para Crianças (UKCCIS) têm orientações úteis para escolas e faculdades sobre a discussão de questões como pornografia e 'sexting'.
As escolas e os pais podem muitas vezes gerir comportamentos sexualizados inadequados por parte das crianças. No entanto, alguns casos podem exigir aconselhamento e apoio especializado. É importante que as escolas tenham políticas e procedimentos claros para apoiar crianças que demonstrem comportamentos sexualizados problemáticos ou abusivos. As escolas devem aceder aos procedimentos ou apoio locais; isso pode incluir o Conselho Local de Proteção às Crianças, equipes de Serviços Preventivos e Assistência Social.
Que apoio existe para as crianças?
Toda criança deve ter o direito de se sentir segura, seja em casa ou na escola. É importante que as crianças e os jovens entendam o que parece um comportamento aceitável e os pais têm um papel vital em estabelecer esses limites para seus filhos.
Estamos realmente satisfeitos que a educação sobre relacionamentos tenha se tornado um assunto obrigatório e acreditamos que prevenir comportamentos sexuais prejudiciais por meio de uma educação sexual e sobre relacionamentos adequada e atualizada é incomensuravelmente melhor do que excluir crianças depois que o dano foi causado.
Ajude os jovens a compreender o verdadeiro consentimento
As crianças e os jovens precisam de compreender o significado do verdadeiro consentimento. Além disso, eles devem ter confiança para falar caso estejam sendo prejudicados.
Precisamos de ter a certeza de que reconhecemos a diferença entre o comportamento sexual precoce potencialmente prejudicial e a curiosidade natural dos jovens para experimentar. Não queremos criminalizar desnecessariamente o comportamento errado.
Política e orientação
A orientação sobre imagens sexuais produzidas por jovens é um exemplo de como a polícia e as escolas podem trabalhar em conjunto para responder de forma proporcionalmente apropriada.
Todos temos o dever de salvaguardar e proteger as crianças e os jovens na nossa sociedade. Além disso, os jovens precisam de oportunidades para fazer escolhas seguras online, com o apoio dos pais e a construção de boas relações com os filhos.
A polícia precisa de estar preparada para ouvir e apoiar as crianças e os jovens quando mais precisam de nós.
Como os pais podem evitar danos nos relacionamentos online?
Está a tornar-se cada vez mais difícil para os pais monitorizarem os seus filhos relativamente às pessoas com quem interagem, o que fazem e o que veem. Por exemplo, há um aumento no número de jovens entre os 13 e os 14 anos que pensam que o sexting é normal e que aprender sobre relações sexuais através de sites pornográficos também é a norma.
Uma educação de boa qualidade sobre sexo e relacionamentos é fundamental
Não tenha medo de conversar com seus filhos e incentive-os a conversar com você. As conversas devem ser honestas e sem julgamentos; a confiança desde tenra idade pode então ser incentivada.
Nas escolas, a educação sexual e de relacionamentos de boa qualidade é imperativa e deve ser ministrada por funcionários que se sintam confortáveis em fazê-lo.
As escolas também devem pensar em utilizar todos os funcionários, instituições de caridade e agências para ajudar a ministrar aulas de RSHE. Os alunos podem sentir-se desconfortáveis com o professor de matemática, por exemplo, ao dar conselhos sobre relacionamentos.
Em geral, as crianças devem sentir-se confortáveis e ouvidas desde cedo.
O que podemos fazer à luz dos relatos sobre má conduta sexual entre crianças nas escolas?
Infelizmente, toques indesejados e assédio físico e verbal sempre ocorreram nas escolas. Embora seja sempre muito difícil para as vítimas se manifestarem — e muitas nem sequer o fazem — os jovens estão a ser encorajados e capacitados pelos funcionários das escolas para se apresentarem e falarem com profissionais sobre as suas experiências.
As escolas têm o dever de fornecer um ambiente que preserve os direitos, a dignidade e a segurança de todos os alunos. Ao implementar uma punição tão séria quanto uma exclusão de prazo fixo, ela envia um sinal claro ao perpetrador de que o comportamento é visto como a ofensa grave que ele é, bem como tranquiliza a vítima de que ela tem o apoio das escolas.
Em última análise, porém, estamos falando de crianças, não importa o quão crescidas elas possam parecer e sentir. É tão importante que os pais cheguem primeiro a desafiar a proliferação de representações inúteis e doentias do comportamento sexual e, mais importante, a ouvir sem julgamento.